A necessidade de adaptação à dinâmica do mercado sempre foi essencial para a sobrevivência de qualquer negócio. Essa é a regra da vida, da natureza e, também no agronegócio. Com a pandemia do Covid-19, houve mudanças repentinas que afetaram toda a cadeia de suprimentos e o hábito das pessoas, a quarentena trouxe uma outra realidade em relação ao consumo.
Nesse cenário, a internet e demais tecnologias que permitem conexões remotas para manter o isolamento social na quarentena, cresceram em relevância, como as redes sociais e, os comércios precisaram se adaptar de forma rápida às soluções, para lhes garantir sobrevivência e vantagens competitivas. Em situações como esta, encontrar uma nova maneira de fazer algo que já é feito há algum tempo, através da inovação, é fundamental. Apesar de ser bastante comum em empresas de tecnologia, a inovação é um conceito que deve estar presente em qualquer negócio, independentemente do seu porte ou ramo de atuação.
No agronegócio, embora o resultado seja positivo de modo geral, com o setor sustentando a balança comercial e reduzindo um impacto ainda mais negativo no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, os números não são homogêneos dentro das cadeias produtivas. Enquanto grãos, carnes, café e açúcar apresentaram excelentes desempenhos, com preços atingindo recordes nominais e reais para alguns produtos em meio à pandemia, em função de demanda externa e dólar elevado, isso não foi verificado para o grupo de frutas, flores e hortaliças na agropecuária, bem como produtos agroindustriais como têxteis e vestuários de algodão e biocombustíveis.
Dois dos setores do agronegócio mais afetados durante a pandemia, foram o de flores e hortifrutigranjeiros, o impacto do fechamento de pontos de venda, escolas, festas e eventos, trouxeram prejuízos imediatos, pois boa parte desses produtos são extremamente perecíveis, que ocasionaram perdas inclusive no campo.
Um estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostrou que nos cinco primeiros meses do ano, a comercialização total de hortaliças nas Ceasas caiu 3% em relação ao mesmo período de 2018 e de 2019. Apesar de a venda destes produtos ter caído em razão do fechamento de bares e restaurantes, interrupção das atividades nas unidades de ensino e paralisação das feiras livres, aumentou o consumo direto de hortaliças pelas famílias.
Passados aproximadamente seis meses, aos poucos as coisas vão sendo retomadas, porém, nada será como antes. Os produtores rurais e cooperativas, apostam em divulgação nas redes sociais e vendas online para recuperar parte desse prejuízo e já se adaptando a situação atual, com campanhas chamando atenção para importância de datas comemorativas e de se comprar flores e plantas ornamentais para enfeitar a casa nesses momentos de home office; entre as ações adotadas, destacam-se as vendas por aplicativos e nas redes sociais através do WhatsApp.
O varejo online e atendimento via multicanal é realidade de mercado em expansão, os mais variados segmentos passaram a investir no comércio eletrônico (e-commerce) e o agronegócio está no mesmo caminho. Esse modelo traz algumas vantagens, para quem vende e para quem compra. Considerando especificamente o cliente, podemos destacar benefícios como conforto, praticidade e fácil comparação de produtos, marcas e preços.
Com tudo isso a disposição, a falta de tempo ou distância, não é mais justificativa para não ir ao supermercado ou feira, é possível comprar alimentos pela internet, com alta qualidade para que as famílias tenham uma alimentação saudável. Esse é o agro brasileiro, sempre em frente e confiante!
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Autores
Fabio H. Pereira – Engenheiro Agrônomo, MSc
Roberto G. Pereira – Economista e Contador
Paulo A. Pereira – Engenheiro Agrônomo e Especialista em Manejo de Solo