A expressão agricultura urbana já é adotada pela Agência de Agricultura e Alimentação (FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1996, referindo-se à utilização de pequenas superfícies situadas dentro das cidades ou em suas respectivas periferias para a produção agrícola ou criação de pequenos animais, destinados ao consumo próprio ou venda em mercados locais.
Ainda segundo a ONU, a população mundial deve aumentar em três bilhões de pessoas até 2050, chegando a dez bilhões de habitantes no planeta terra. Com essa estimativa, é fato que a produção agrícola precisará aumentar e certamente a solução virá do melhoramento das práticas atuais e uso de novas tecnologias.
Nesse contexto de necessidade de suprimento da demanda populacional e busca de um estilo de vida mais saudável, a agricultura tem papel importante e cada vez mais se tornado presente nas cidades, tanto em locais particulares, como quintais, terraços, condomínios e até mesmo apartamentos, quanto em locais públicos que não desempenhavam função social, geralmente sendo transformados em hortas comunitárias.
Além de fornecer alimentos, a agricultura urbana traz diversos benefícios a população, principalmente em momentos de crise como o atual que todos estão passando em função da pandemia, como possibilidade de renda, pois com aumento do desemprego, pode ser um meio de famílias conseguirem ter renda e produzirem para o autoconsumo. Com essa prática, há melhor qualidade da alimentação, já que não existindo a necessidade de longos deslocamentos os alimentos chegam mais frescos a população, evitando a degradação dos produtos, além da proximidade direta do consumidor com o agricultor, que pode conhecer de perto as práticas de produção sustentável.
A produção agrícola nas cidades também ajuda a purificar o meio ambiente e a paisagem dos centros urbanos, menos cinza e mais verde, melhorando a qualidade de vida das pessoas. Outro aspecto importante proporcionado pela agricultura nas cidades, é a capacidade de aumentar o a variedade de opções com alimentos que não são encontrados nos mercados, como as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs), isso porque parte da agricultura é feita com certa escala e isso reduz o número de variedades, e esta possibilidade de menor escala permite adotar diversas opções saudáveis e benéficas para a população utilizando o potencial nutritivo das plantas.
E o fato de cultivar uma horta em casa também é terapêutico, educativo e didáticos para as crianças conhecerem a origem dos alimentos, aprenderem desde cedo a respeitarem a natureza e o meio ambiente, entenderem um pouco a realidade do campo e valorizar o sistema de produção de alimentos que tem permitido atender a sociedade mesmo em tempos de crise como o atual.
Parabéns e gratidão a todos os agricultores, rurais e urbanos, que produzem alimentos de forma sustentável e levam saúde a mesa da população. Esse é o agro brasileiro, sempre em frente e confiante!
Autores
Fabio H. Pereira – Engenheiro Agrônomo, MSc
Roberto G. Pereira – Economista e Contador
Paulo A. Pereira – Engenheiro Agrônomo, Especialista em Manejo de Solo